domingo, 16 de dezembro de 2012
I
Constantemente aparece no feed do meu facebook textos de autores famosos e de até relatos de um diário esquecido no fundo de uma caixinha-mal-acabada sobre o desapego de memórias… objetos… pessoas. O desapego de coisas matérias vem fácil e vai fácil no mundo capitalista, este em que vivemos, e é também o mais fácil de ser praticado uma vez que objetos podem ser rapidamente substituídos por outros que possam exercer o mesmo papel ou função. Mas o que realmente me intriga é o estado de conforto que a alma encontra quando se lê (sic) ”Se você ama alguma coisa ou alguém, deixe que parta. Se voltar é porque é seu, se não é porque jamais seria.”. Como a nossa alma, a mais pura essência prova de que somos feitos de sentimentos, gostoso e que necessitamos viver ao lado de pessoas que possam nos fazer sentir diferentes tipos de emoções pode apenas se contentar e se aquietar diante de uma frase que pode servir de estilo de vida para outras bilhões de pessoas que talvez estejam sofrendo do mesmo amor-perdido-entre-a-vida-e-o-coração. Não se trata apenas da alma, se trata da racionalidade, que por sinal a deixamos trancada em um baú, para que possamos nos entregar de corpo e sentimentos aquelas pessoas que não são capazes de retribuir qualquer afeição, ou rejeição. O engraçado é que diferente do desapego de objetos, o desapego de pessoas dura… Dói… Demora meses ou anos… E mais ainda, a pessoa não pode ser substituída porque a sua alma se apaixonou e agora tenta sobreviver a mercê das sensações, seja pelo perfume que você sente e lembra dos momentos em que vocês trocaram intimidades, juraram construir algo sólido e das manias, e este, definitivamente é a pior parte do desapego: o cheiro, que insiste em nos perseguir em qualquer lugar, ambiente ou estação do ano. O difícil de ter um desapego de pessoas é quando você encontra aquela pessoa na rua e você não tem certeza sobre seus sentimentos, você nem mesmo tem certeza se aguenta o peso do seu corpo já que suas pernas estão tremendo, seu coração sufoca sua garganta, numa vontade repentina de dizer “Todo esse tempo tem sido uma tortura… É oficial, eu preciso de você, do meu lado, para que juntos possamos nos completar nos defeitos e nos acrescentar nas qualidades, para que eu tenha absoluta certeza que estar ao seu lado é a prova de toda certeza que o meu amor por você é o que me completa e é o absoluto sentimento que eu tenho dentro do meu peito que não irá se esvair dentre minhas palavras porque ele encontra um repouso no infinito, este infinito que eu criei entre nós dois e entre nossas expectativas para que possamos construir uma base sólida para que cresçamos além de seres humanos, mas como duas pessoas que possuem o dom de amar e ser amado sem exigir nada em troca além de um “boa noite, eu te amo, meu amor” e “bom dia, como foi bom ter a certeza que a pessoa que me completa esteve do meu lado, durante o tempo que eu estive mais vulnerável, obrigado por estar comigo” e que isso não seja visto como uma obrigação e sim como uma prova de amor”. Mas durante todo esse tempo que essa declaração passou pela sua cabeça, você foi levado pelas nuvens até o paraíso e foi lançado com toda a velocidade ao chão, sentindo a dificuldade e o prazer que é amar uma pessoa e não ter coragem de dizer tudo isso a ela. Este… é o desapego de pessoas que milhões de pessoas tentam diariamente. Porém, esse é o meu desapego, é o meu sofrimento, é o meu pecado e acima disso tudo é o meu prazer por ter um sentimento tão puro e tão intocável dentro da minha alma.
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